sábado, fevereiro 16, 2013

O olho que tudo vê


Estive a ver os livros da biblioteca do meu pai. Passou por minhas mãos o livro Jesus, o maior psicólogo que existiu. Neste livro, o autor usa as palavras de Jesus, retiradas dos evangelhos, para não apenas dar lições de auto ajuda e comportamento, mas para ajudar a compreender o sentido do comportamento aparentemente contraditório das pessoas.
Então, iniciei meus pensamentos
O ser humano, atemporal, desde que é homo sapiens sapiens, encerra, em todos os aspectos de sua manifestação, a contradição, a dualidade, a coexistência de opostos. Sendo assim, tudo é possível em seus pensamentos e comportamentos. Há "DNA" para qualquer coisa em seu comportamento e suas manifestações. Jung chama isso de arquétipo.
Só não há contradição no estagio primordial (completa indiferenciação, tudo é massa pra tudo) ou na completa perfeição (completa diferenciação, o ser é tudo ao mesmo tempo). O conflito de opostos é natural para alavancar a dialética da evolução. Qualquer tipo de evolução. A regra "deve haver conflitos para que haja evolução" consiste numa lei que rege os fenômenos do universo.
E tudo isso tem a ver com o carnaval.
Como?
Pergunto: há um arquétipo para o carnaval? Existe no DNA comportamental humano um gene comportamental cuja manifestação seria uma festa gigantesca onde leis são subvertidas e, em ultima análise, o caos é festejado?
Eu acredito que sim.
Da mesma forma que as festas religiosas, os rituais coletivos e os ritos individuais celebram o divino, festas como o carnaval celebram o profano. Como o divino, o profano faz parte do homem, e é perfeitamente natural que institivamente nossa coletividade de homens crie uma manifestação coletiva dessa profanação. Isso é o carnaval.
Salvador da Bahia é a cidade NO MUNDO que mais reúne condições sociais e psicológicas para que tal manifestação do profano aconteça (Tanto que... acontece).
Embora compreenda que existir carnaval é tão natural e necessário quanto existir romaria de nossa senhora aparecida, há limites para o que é saudável ou não.
Nosso carnaval, há muito, já ultrapassou os limites do que é saudável ou construtivo no festejar o profano.
Muito se tem escrito sobre o ultrapassar desses limites. Cito nosso ultimo post como maior e mais sintético exemplo.

http://chocolateeoutrascoisas.blogspot.com.br/2013/02/we-are-carnaval.html