Consultório psiquiátrico - Baseado em fatos reais (11)
"Chegamos a esse mundo
Sem possibilidade de retorno
descobrimos que nossas mentes nos levaram,
tão longe da verdade, dolorosa verdade...
Do que somos!"
Greg Graffin
Chore. Se emocione. VIVA. Porque o tempo não para e não volta.
- Doutor, tô com muita dificuldade.
- Que dificulades senhora?
- Dificuldades.
Nesse momento percebi que algo não ia bem com aquela senhora loura de 68 anos. O filho fazia "sinal de negativo" com a cabeça. Sem que a mãe percebesse. É claro.
- Com o que a senhora tem dificuldades?
E ela deu um intervalo para pensar. Não sei o que fez. Deve ter vasculhado sua mente. Aparentemente sem resultado. Não conseguindo encontrar a resposta, respondeu:
- Dificuldades.
Respirei fundo.
- Com o quê?
- Ah... (longa pausa) para fazer minhas coisas.
- Que coisas?
- lavar roupa, fazer comida... não consigo mais.
- Como não consegue?
E ela repondeu...
- Não consigo. Não sei porque.
E me veio à mente: demência! Como seria alguem vivenciar a queda gradativa e inexplicada de suas próprias faculdades mentais? memória, abstração, humor... tudo vai mudando aos poucos. E a pessoa percebe. Mas como perde tambem algo da capacidade de abstrair, não consegue abstrair bem sobre o quer lhe ocorre. Permanece uma vaga sensação de que algo está errado. "Algo não me vai bem". E pronto.
- Vamos tentar descobrir o que está acontecendo. Pode ser demência. Vou solicitar uns exames para tentar descobrir a causa.
E solicitei.
- Voltem por favor com os exames prontos. Espero que seja uma causa reversível.
E após se despedirem, sairam do consultorio.
Sem possibilidade de retorno
descobrimos que nossas mentes nos levaram,
tão longe da verdade, dolorosa verdade...
Do que somos!"
Greg Graffin
Chore. Se emocione. VIVA. Porque o tempo não para e não volta.
- Doutor, tô com muita dificuldade.
- Que dificulades senhora?
- Dificuldades.
Nesse momento percebi que algo não ia bem com aquela senhora loura de 68 anos. O filho fazia "sinal de negativo" com a cabeça. Sem que a mãe percebesse. É claro.
- Com o que a senhora tem dificuldades?
E ela deu um intervalo para pensar. Não sei o que fez. Deve ter vasculhado sua mente. Aparentemente sem resultado. Não conseguindo encontrar a resposta, respondeu:
- Dificuldades.
Respirei fundo.
- Com o quê?
- Ah... (longa pausa) para fazer minhas coisas.
- Que coisas?
- lavar roupa, fazer comida... não consigo mais.
- Como não consegue?
E ela repondeu...
- Não consigo. Não sei porque.
E me veio à mente: demência! Como seria alguem vivenciar a queda gradativa e inexplicada de suas próprias faculdades mentais? memória, abstração, humor... tudo vai mudando aos poucos. E a pessoa percebe. Mas como perde tambem algo da capacidade de abstrair, não consegue abstrair bem sobre o quer lhe ocorre. Permanece uma vaga sensação de que algo está errado. "Algo não me vai bem". E pronto.
- Vamos tentar descobrir o que está acontecendo. Pode ser demência. Vou solicitar uns exames para tentar descobrir a causa.
E solicitei.
- Voltem por favor com os exames prontos. Espero que seja uma causa reversível.
E após se despedirem, sairam do consultorio.
3 Comentários:
Bozo, sem querer me meter a fazer diagnóstico e já me metendo, mas uma outra possibilidade pra essa mulher não seria depressão, não? Porque a incapacidade dela de fazer as coisas pode também residir na vontade/motivação, concorda?
Grande abraço! E me amarrei no trecho de Epiphany!
concordo. e diagnostico diferencial!! mas tem mil outros quinhentos envolvidosheheheheh
1500?
Bozo o blog tá ótimo, muitas coisas interessantes para incrementar nossa visão aqui(caso alguém queira ser médico ou não)... cada vez mais me torno um grande admirador seu e espero que você possa continuar fazendo por ae a "diferença" mesmo que seja de forma revolucionária se encaixando em partes onde o sistema falho nunca é capaz chegar. Torço por você meu velho, e continue seu belo trabalho ae e escrevendo cada vez mais. Abraço.GRANDE!
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial