segunda-feira, setembro 22, 2008

Do que é que vocês estão rindo?

"Do que é que vocês estão rindo?
O que é que vocês estão olhando?
Do que é que vocês estão rindo?
O que é que vocês estão falando????"


Titãs - A verdadeira Mary Poppins




"Quanta gente louca, hein?". Tudo acontece em contexto, em conjunto, em junção de partes, diferentes a cada vez.
Assim sendo, acho que estamos com um grave problema de saúde pública. Não se trata de hipertensão arterial, tabagismo, alcoolismo, poluição. Não se trata de câncer, infarto e derrames. Não se trata de violência social e do uso de drogas. A saúde biológica, social, mental e espiritual são provocadas pelo auto-abandono.
Há varias formas de se abandonar, em diferentes graus. Fazemos isso todos os dias! A cada momento em que fraquejamos em algo, que fazemos algo que sabemos não dever fazer (e vice-versa), nos abandonamos.
Ok. Nada de errado comer aquele chocolate na dieta, ou não dar passagem a um idoso quando estamos com pressa. Temos o direito de errar. O problema é quando esse "abandono" com as pequenas e grandes obrigações da vida toma tal proporção que esquecemos quem somos, o que queremos, e para onde vamos. Passamos a viver como vegetais, robôs que acordam cedo, trabalham, fazem mercado, tomam uma cervejinha no fim de semana e dormem depois do jornal. Tornamo-nos automáticos, vazios de propósito e significado, ainda que sejamos os melhores funcionários da empresa.
Esse é o principal problema de saúde pública. Ao abandonarmos a nós mesmos, abandonamos a saude pessoal e a saúde do mundo. Inconcientemente, nada nos importa. Tomamos remédios por tomar. Compramos roupas por comprar. Trabalhamos "por obrigação". Gritamos com nossos filhos porque "faz parte". E vamos vivendo. E vamos morrendo. E finalmente morremos.
Devemos visar a retirada gradual da máscara, da armadura. O mundo é perigoso, vá lá. Mas não colocar a cabeça de fora é suicídio. Direcionar a energia, o poder criativo, a força transformadora presente em cada verdadeiro eu é o melhor caminho para abandonarmos o abandono (é o que chamo de eficiência espiritual).
O assunto é polêmico, e cada frase desse escrito poderia originar um livro. Contudo, uma coisa é certa: enquanto a medicina não se voltar para uma abordagem eficiente na profilaxia do abandono, cumprirá seu trabalho pela metade. Abandonado.

3 Comentários:

Blogger Thiago Fonseca disse...

É por essas e outras que você é meu irmão.

2:40 PM  
Blogger André Chaves disse...

É isso aí, Bozo. É essa sua (e nossa) inquietude que nos impede de nos tornarmos algum famigerado "automatic man".
Abração!

5:12 PM  
Blogger Liane Maria Klamt disse...

a partir de hoje tens em mim uma fa... amei os teus escritos, pois vao de encontro ao que penso e busco! salve salve os pensadores sonhadores!

2:35 PM  

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