sexta-feira, junho 22, 2007

DICOTOMIA DOS VALORES - REFLEXÃO

Reflexão sobre um pingo de axiologia e ontologia - dois dos mais fascinantes sistemas filosóficos
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Nenhum índio acordará subitamente no meio da noite manifestando a vontade de comer um Big-mac. Tomando esta comparação como símbolo das diferenças de aspirações individuais e coletivas humanas, temos um breve esboço de como funciona a natureza dos nossos desejos: ninguém deseja o que não conhece.
Neste sentido, poderíamos afirmar que existem valores, desejos, aspirações universais, inerentes e inatas a cada ser humano? Uma resposta positiva a esta pergunta nos permite inferir que há uma ordem oculta, sutil, que permeia e orienta as condutas coletivas humanas de acordo com valores universais, imutáveis e intransponíveis.
Contudo, tal embate consiste talvez na maior questão filosófica de todos os tempos: qual o sentido da vida? O senso e a necessidade inata ao ser humano de conferir significado à sua existência (e conseqüentemente à tudo que daí deriva) o levou, ao longo da história, a criar teorias sobre tudo que fazia na prática e que envolvesse algum valor com razoável nível de abrangência, tanto nos âmbitos macro como microcósmicos. Daí surgiram as relações morais associadas à família, à religião, às atividades comerciais, à política, à educação e tudo que influenciasse e compusesse a coletividade.
Partindo do princípio que os fatos históricos obedecem a um processo dialético, concluímos que os eventos que originaram as revoluções históricas, independente de sua abrangência cronológica, espacial e social, consistiam em radicais mudanças de valores.
Entender os valores, seu conceito, sua dinâmica histórica, social, institucional e individual e sua influência na vida individual e coletiva é extremamente importante para que compreendamos a atual conjuntura espiritual e social na Terra.
È parte do senso comum a idéia de que a discussão, o estudo, a vivência e a aplicação dos valores é extremamente relativizada, o que confere ao estudante uma distância mínima ao assunto. Não é nossa intenção tomar partido de nada, sendo o objetivo primordial a apreensão intelectual da essência do conteúdo tratado.
Posicionar valores e estabelecê-los em uma hierarquia exige um ponto de partida, um referencial qualquer. Tais referências foram largamente elaboradas por diversos filósofos ao longo do tempo, e não merecerão no presente texto uma abordagem mais que superficial. Tomemos como referencial o elemento mais básico da natureza humana: a impressão interativa.
No que consiste a impressão interativa? O resultado de qualquer interação em qualquer âmbito de ação e atuação do ser humano resulta numa impressão emocional: sensação boa e sensação ruim. Neste conceito de sensação está implícita a natureza dos valores reafirmados na interação. Valores positivos ou negativos? Valores reafirmados com sensações boas ou ruins?
Esta é a dicotomia primordial do ser humano, cuja dialética há 40.000 anos, quando surgiu o Homo Sapiens Sapiens, vem tecendo o fio dos valores humanos e, conseqüentemente, dos fatos históricos.

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